Técnico diz que não pediu demissão, apesar de ter abandonado Al-Rayyan no intervalo da derrota para o Al-Gharafa: 'Não aceito interferência'
O técnico Paulo Autuori vai se reunir nesta quarta-feira com a diretoria do Al-Rayyan para decidir se continuará ou não no clube após ter abandonado o time no segundo tempo contra o Al-Gharafa, na terça. No intervalo, o treinador discutiu com o vice-presidente Ali Al-Naimi no vestiário e não voltou ao campo na derrota por 3 a 0.
- Não pedi demissão do cargo, apenas firmei minha posição porque não aceito interferência no meu trabalho. Depois de 35 anos no futebol, ninguém no mundo e nem mesmo o poder do dinheiro vai mudar a minha maneira de trabalhar. A minha atitude foi para solidificar a postura que sempre mantive em todos os clubes que comandei até hoje. Estou tranqüilo, vou me reunir com a diretoria e reafirmar que essa é a minha postura profissional – disse Autuori.
O Al-Rayyan levou três gols no primeiro tempo. No intervalo, o vice-presidente do clube foi ao vestiário e tentou conversar com os jogadores. O técnico brasileiro não gostou da atitude do dirigente.
- Quando começaria a passar as instruções, apareceu o vice-presidente dizendo que ele é quem reuniria a equipe para fazer cobranças pelo placar de 3 a 0. Só que, nesses momentos, eu sou o patrão do time e não poderia concordar com ninguém que quisesse tomar esse tipo de atitude. Diante disso, resolvi que não ficaria à beira do campo no segundo tempo. A diretoria ainda tentou dizer para a imprensa que eu passei mal durante o intervalo, mas não permiti que isso acontecesse, fui até a coletiva e expliquei o que realmente ocorreu – contou.
No ano passado, Autuori deixou o Al-Rayyan para assumir o Grêmio. Porém, deixou o time gaúcho em novembro e voltou para a equipe no Qatar, no lugar de Marcos Paquetá. Em 11 partidas, venceu seis vezes, empatou duas e perdeu três. O Al-Rayyan está na quarta posição do campeonato nacional. Autuori tem contrato até 2012.
Fonte: Globo Esporte.