Cicinho, Love, Robinho... GLOBOESPORTE.COM consulta jogadores e jornalistas para tentar entender o retorno de alguns craques ao paísO retorno de jogadores de peso que estavam na Europa para o Brasil virou moda no mercado de transferências do futebol. Até pouco tempo atrás, geralmente atletas de times de segundo escalão ou veteranos já sem chances em seus clubes arriscavam voltar. Mas agora a história é outra, com nomes como Ronaldo, Adriano, Vágner Love, Cicinho, Roberto Carlos, Robinho, Fred, entre outros, tentando um recomeço em solo tupiniquim.
O GLOBOESPORTE.COM conversou com jornalistas e alguns jogadores brasileiros que atuam no Velho Continente para entender esse êxodo às avessas e também saber quem sai ganhando: os clubes europeus, os times brasileiros ou os jogadores.
- Acho que cada caso é diferente. Mas, no geral os atletas fizeram a escolha certa. Provavelmente muitos deles não acharam a equipe certa na Europa e, por isso, voltam ao Brasil. Mais a maioria deles retornará para cá. Destacar-se no futebol brasileiro é o modo mais fácil de achar um lugar melhor por aqui – afirmou Pablo San Román, repórter da agência de notícias francesa “AFP”.
Para Mattia Fontana, repórter da revista italiana “Guerín Sportivo”, essa nova ordem no “vai e vem” do mercado tem um motivo:
- Não podemos esquecer que 2010 é ano de Copa do Mundo e todos querem jogar o máximo de partidas possível para impressionar o Dunga. Por isso não é estranho que jovens como Robinho e Love voltem para o Brasil. Além disso, tem a importância de Ronaldo que deu mais valor ao Campeonato Brasileiro quando decidiu jogar no Corinthians em 2009.
Apresentação de Robinho no seu retorno ao Santos teve até show de rock Opinião diferente tem Lédio Carmona, comentarista do SporTV e colunista do GLOBOESPORTE.COM. Segundo ele, os atletas brasileiros deveriam fazer seu nome no futebol europeu para, desse modo, se mostrar para Dunga. O exemplo emblemático é o de Robinho.
- Voltar ao Brasil para ficar perto do treinador da seleção é uma postura infantil. Até entendo que Vágner Love tenha pensado em sair da Rússia. Ficou lá muito tempo, cumpriu contrato e quis voltar. É justo. Mas por que Robinho não cria raízes e, na hora da crise, resolve voltar para casa? Robinho, basicamente, precisa aprender a cumprir suas promessas – observou.
Ainda segundo Lédio, a volta dos medalhões é bom para os próprios, mas um investimento duvidoso para os clubes que os contrataram.
- Vai depender muito do desempenho de cada um deles. Se renderem bem, podem se pagar com tranquilidade e ainda trazer lucro para seus clubes. Se forem mal, o máximo que conseguirão é aumentar o déficit desses mesmos clubes. Acho que tudo passa por responsabilidade – salientou.
Zagueiros da seleção são contra o “êxodo”
Convocados por Dunga para o amistoso contra a Irlanda, no próximo dia 2 de março, em Londres, os zagueiros Thiago Silva, do Milan, e Luisão, do Benfica, analisam o retornos dos compatriotas ao Brasil, mas não pensam como eles.
- Seria um sonho que nosso país pudesse manter todos os craques, teríamos o melhor campeonato do mundo. Os exemplos dos que voltaram estão aí, a maioria está feliz e não se arrepende. Mas pensando na minha carreira, pelo que projetei para o futuro, tenho total convicção de que quero ficar muitos anos no Milan e consolidar meu nome aqui. O futebol italiano exige muito dos zagueiros e minha intenção é me tornar um atleta cada vez mais completo ao longo dos anos - afirmou Thiago, que chegou ao Milan no ano passado.
Luisão, que está no Benfica desde 2003, também acha que ainda é cedo para arrumar as malas e voltar ao seu país:
- Essa volta de alguns jogadores é bom para valorizar o futebol brasileiro. No meu caso, acho que não é hora. A vontade é grande, mas o momento não é agora. Estou em boa fase no Benfica – observou Luisão.
Fonte: Globo Esporte.